Uma das questões mais fundamentais da humanidade é saber o nosso lugar no cosmos, tanto no espaço quanto no tempo. Para responder essa pergunta estudamos a geografia e a história do universo através de mapas de galáxias, descrevendo de que forma as estruturas cósmicas desde a nossa vizinhança até aquelas distantes bilhões de anos-luz de nós evoluíram ao longo de bilhões de anos. Essa fotografia em quatro dimensões (três espaciais e uma temporal) nos mostra um universo surpreendente, dominado por tipos exóticos de matéria e energia. Porém, nossa compreensão sobre a origem dessas estruturas cósmicas e os mecanismos físicos que determinam sua evolução ainda permanecem incompletos. A novidade é que até recentemente as observações astronômicas eram limitadas ao nosso sentido de visão (detectores de luz tais como telescópios e câmeras), mas inovações em experimentos e instrumentos têm alargado esses sentidos. Nos últimos anos novas janelas se abriram para observar o cosmos, utilizando diferentes "mensageiros": além da luz temos agora também raios cósmicos, neutrinos e ondas gravitacionais. Nesse colóquio vou mostrar como a nossa compreensão sobre o universo tem evoluído com essas novas observações e de que forma esses quatro "sentidos" se complementam, revelando aspectos surpreendentes sobre o cosmos.