Professor do CBPF participou do 7º Fórum de Jovens Cientistas do BRICS (2)
Clécio De Bom, professor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), foi um dos jovens pesquisadores participantes do BRICS Young Scientists Forum (YSF), que aconteceu virtualmente entre os dias 29 de agosto e 01 de setembro, com transmissão online direto da China.
O Fórum reuniu cientistas com diferentes talentos que tiveram a oportunidade de trocar experiências, ampliar sua rede de contatos e a chance de realizar pesquisas em conjunto através de colaborações multilaterais entre os países que formam o BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Como nas edições anteriores, os jovens cientistas brasileiros foram selecionados para o YSF pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), através de indicação da Academia Brasileira de Ciências (ABC). No total foram cinco participantes em cada categoria: inteligência artificial, biomedicina, tecnologias de baixo carbono e novos materiais.
O professor De Bom foi selecionado na categoria inteligência artificial e apresentou o tema de astrofísica e suas sinergias com outras áreas da física, em particular o prêmio conquistado pelo grupo liderado por ele – CBPF Arc Search Team (CAST) ou Time de Busca de Arcos do CBPF em tradução livre –, no desafio internacional de identificação de sistemas de lentes gravitacionais em imagens simuladas.
De Bom afirma que o know-how que está sendo desenvolvido pelo CBPF para astrofísica pode ser aplicado na interação com a indústria de energia, em particular a de óleo e gás. Ele mostrou como as técnicas usadas na análise de dados na área de astrofísica podem ser adaptadas, refeitas, repensadas para problemas típicos das geociências.
Como demonstração de que o uso da inteligência artificial pode resolver problemas aparentemente distintos, o professor apresentou um estudo desenvolvido recentemente pelo grupo de IA do CBPF e liderado pela pós-doutoranda Ana Paula Muller, cujo artigo foi aceito, e que trata da identificação de corpos salinos – megaestruturas de centenas de metros constituídas majoritariamente de sais –, através de imagens sísmicas do fundo do oceano. Essas imagens são geradas a partir de ondas mecânicas no leito do oceano, em que um dispositivo de canhão de pressão de ar gera ondas na água do mar que chegam ao fundo do oceano, algumas delas atravessam e outras vão se refletindo à medida que encontram alguma barreira. As reflexões são “lidas” e, a partir disso, tenta-se entender o que está debaixo do leito do oceano. Identificar as imagens corretamente auxilia no reconhecimento de potenciais locais onde podem ser encontrados os recursos energéticos, como óleo e gás.
A impressão geral do professor De Bom é que o evento “reuniu cientistas competentes dos países participantes, de muitas áreas distintas e, na área de inteligência artificial, com forte enfoque nas aplicações nas áreas de saúde, indústria de energia e impacto social”. Ademais destacou “a preocupação que os colegas do BRICS mostraram em buscar melhores estratégias e performances na aplicação de inteligência artificial para diagnósticos eficientes, melhorando o processo de ensino”.
Mais informações:
https://tvbrics.com/pt/news/est-o-abertas-as-inscri-es-para-o-7-f-rum-de-jovens-cientistas-do-brics/
https://www.abc.org.br/2022/08/05/brasileiros-selecionados-forum-brics-jovens-cientistas/
https://www2.cbpf.br/index.php/pt-br/ultimas-noticias/grupo-do-cbpf-vence-desafio-internacional
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