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Presidente da SBF: ciência básica como investimento

Publicado: Terça, 05 de Maio de 2020, 18h19 | Última atualização em Sábado, 09 de Maio de 2020, 13h30 | Acessos: 580

O físico Rogerio Rosenfeld, presidente da Sociedade Brasileira de Física e pesquisador do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual de São Paulo (IFT/Unesp), escreveu artigo, para o Jornal da Ciência, publicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, sobre a importância de governos pensarem em ciência básica como importante investimento de longo prazo.

 

Einstein teria projeto recusado no Brasil*

Nestes tempos de pandemia, ciência e tecnologia (C&T) têm se mostrado indispensáveis para guiar políticas públicas; criar modelos matemáticos para explicar a evolução epidemiológica; buscar tratamentos eficientes e uma eventual vacina para a covid-19; desenvolver equipamentos hospitalares e de proteção individual; entre outras medidas efetivas contra a propagação da doença pelo país.

Uma nação não domina essas competências da noite para o dia. É preciso uma visão em longo prazo para garantir um investimento contínuo, evitando interrupções de pesquisas que, por vezes, dificilmente são recuperadas.

Como recursos são finitos, esses investimentos devem ser planejados com cuidado pelos governos. Prioridades devem ser escolhidas com a participação das sociedades representantes da comunidade científica.

 Entretanto, uma parte fundamental da ciência – que chamamos pesquisa básica – é motivada simplesmente pela vontade de entender em profundidade os fenômenos da natureza, sem a necessidade de uma contribuição imediata concreta à sociedade, além da expansão do conhecimento que faz parte do patrimônio da humanidade.

Afinal, qual é a utilidade em explorar o universo e descobrir que 95% dele são feitos por algo que ainda desconhecemos? Para que serve descobrir milhares de planetas fora de nosso Sistema Solar que podem eventualmente hospedar alguma forma de vida? Bem, pesquisadores que estudaram exatamente essas duas questões ganharam o prêmio Nobel de Física do ano passado.

Portanto, causa-nos preocupação a portaria 1.122, de 19/03/2020, que define as prioridades do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no que se refere a projetos de pesquisa. Essa portaria deixa de lado exatamente a pesquisa básica.

Após uma manifestação conjunta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) – subscrita por cerca de 70 entidades científicas de todo o país e com o apoio das coordenações de mais de 50 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia –, uma nova portaria, editada em 27/03/2020, considerou também prioritários os projetos de pesquisa básica, humanidades e ciências sociais, desde que atrelados a algumas áreas definidas como prioritárias.

Os efeitos nefastos estão começando a aparecer, com editais para bolsas dirigidos a projetos de pesquisa apenas dessas áreas. Cientistas como o físico Albert Einstein, assim como os ganhadores do prêmio Nobel de 2019, teriam seus projetos de pesquisa recusados nesses editais.

A adoção de critérios baseados apenas em impacto econômico e social para o financiamento da pesquisa cerceia a inovação e o ímpeto criativo de pesquisadores. Pode interromper a cadeia formada pela pesquisa básica que gera inovações tecnológicas. Como poderíamos ter hoje telefones celulares e computadores sem o desenvolvimento da física quântica, tema de pesquisa puramente teórico no início do século passado?

O planejamento de investimento em C&T é fundamental. Mas não podemos deixar de investir em ciência básica, que forma recursos humanos de qualidade e cujos resultados, como a história tem mostrado, muitas vezes, levam a grande desenvolvimento tecnológico. Recursos humanos qualificados e uma forte base científica e tecnológica são essenciais em momentos de crise mundial como o que estamos passando. A política científica deve ser revista pelo MCTIC, em consulta às sociedades científicas, para o bem da ciência, tecnologia e inovação no Brasil.

 

Rogerio Rosenfeld

Presidente da SBF

Pesquisador do IFT/Unesp

 

*Fonte: Jornal da Ciência (SBPC), edição 6.387, 30 de abril de 2020

 

 

 

 
 
 
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