MCTI e CBPF lançam livro em homenagem ao físico Ronald Cintra Shellard (2)
No próximo dia 27 de dezembro, será lançado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), o livro Ciência para o Brasil – Ronald Cintra Shellard (1948-2021). O evento, que vai das 15h às 16h30, ocorrerá no Núcleo de Informação C&T e Biblioteca (NIB), no Edifício César Lattes do CBPF.
A obra é homenagem ao físico experimental de altas energias Ronald Cintra Shellard (1948-2021), ex-diretor do CBPF e protagonista do processo de adesão do Brasil ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), com sede em Genebra (Suíça) – em 2 de março deste ano, depois de mais de uma década de negociações, o Brasil se tornou membro associado daquele laboratório internacional, uma das maiores empreitadas científicas de todos os tempos.
O livro, com 216 páginas, foi financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), depois de decisão do ministro titular dessa pasta, o engenheiro Paulo Alvim, que já confirmou presença no lançamento.
A organização e a edição da obra são de Antonio Augusto Passos Videira, do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisador-colaborador do CBPF, e do jornalista especializado em ciências exatas Cássio Leite Vieira, que também trabalha com história da física.
História e depoimento
O livro conta com três capítulos. O primeiro, assinado por Videira e Vieira, é um ensaio – dividido em vários atos – que traz um esboço da história da física de altas energias no Brasil, texto que também abrange, como forma de contextualização, um pouco do desenvolvimento da própria física no Brasil e no mundo em diversos períodos.
“O livro pretende enfatizar a ideia de que ciência e gestão não são atividades ortogonais ou até mesmo opostas. Ao contrário, uma complementa a outra. No caso da ciência, a gestão implica reconhecer que esta é necessariamente política. Portanto, gerir é fazer política. Como o exemplo de Shellard nos mostra, é necessário existir uma boa gestão para que haja uma boa ciência”, disse Videira.
Assinado por Vieira, o capítulo dois é um perfil de Shellard, apresentado na forma de um relato pessoal – ambos foram amigos por décadas, e o jornalista trabalhou no CBPF nas duas gestões do físico como diretor da instituição. O texto apresenta a origem da família Shellard ainda na Europa e relata a infância, juventude e carreira do homenageado, tendo sido elaborado com base em memórias do autor, bem como documentos, textos e entrevistas. “Não é uma biografia propriamente dita mas, sim, um depoimento pessoal e homenagem a um amigo querido e generoso de longa data”, disse o jornalista.
A apresentação do livro é do tecnologista sênior Márcio P. de Albuquerque, atual diretor do CBPF, e a contracapa traz palavras do ministro Alvim e do pesquisador titular do CBPF Gilvan Augusto Alves, atual diretor da Rede Nacional de Física de Altas Energias (Renafae).
Textos selecionados
O capítulo 3 é uma coletânea de textos selecionados de autoria de Shellard que cobrem basicamente sua atuação em política científica e divulgação científica – esta última, área a que o físico se dedicou desde o início de sua carreira como teórico, ainda em São Paulo (SP), onde nasceu. Nela, há cartas, documentos, memorial, discursos, entrevistas e artigos sobre física para o grande público – muitos destes últimos publicados na revista Ciência Hoje, do Instituto Ciência Hoje, da qual Shellard foi editor da área de exatas.
O projeto gráfico do livro é da empresa Ampersand e traz ilustrações de Maria Elisa Shellard, artista plástica e viúva do físico. Há também um caderno de fotos de Shellard em diversos momentos de sua vida e carreira.
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